Pequeno Trabalho para Velho Palhaço
Casa das Artes (Porto) 20, 21, 22, 27, 28 e 29 de Janeiro | Sextas e Sábados: 21h45 / Domingos: 16hAs representações decorrerão nos dias 20, 21, 22, 27, 28 e 29 de Janeiro.
Relativamente aos dias 20, 21 e 22 de Janeiro, as representações incluirão música ao vivo interpretada pelo JazzOrff Ensemble – Músicos.
Ana Isabel Pereira, flauta transversal
Mafalda Fonseca, piano
João Reis, saxofone e guitarra
Vítor Gouveia, bateria
Direcção: Paulo Alexandre Jorge (ESAP)
Horário: sextas e sábados às 21h45 | domingos às 16h00
“Hoje, ser ou não ser palhaço, eis a questão!”
Uma das portas mais célebres do teatro está presente na peça de Jean-Paul Sartre, Huis clos, traduzida entre nós, as vezes como, Entre quatro paredes ou Sem saída, escrita em 1944, marcada pelo existencialismo do autor, é conhecida pela frase O inferno são os outros, dita pelo personagem Garcin. No espaço ermo no qual esperam Vladimir (Didi) e Estragon (Gogo), não há portas, mas existe a atitude ineludível da espera. Beckett, Sartre e, porque não dize-lo, também Ionesco, parecem convocar-se neste cenário descrito pela literatura de Matéi Visniec.
Três palhaços velhos, que respondem a um pequeno anúncio de jornal, (talvez submetidos) a um casting derradeiro encontram-se para revisitar fragmentos das suas vidas, mas é a morte que paira sobre este universo circense que já não existe, que se dilui como o sabor açucarado de uma pastilha elástica nas bocas de espectadores aborrecidos…
A fantasia já não existe, a partir de agora como no mundo do Rei Lear, evocado em cena pelo palhaço Peppino, os bobos; “ dão vãs cambalhotas que não conseguem serenar as feridas do mundo…” o Mundo foi sempre uma roda, uma girandola no universo shakespeariano, e seguirá rodando num movimento louco e imparável até libertar-se de toda esta pequena humanidade que apela ao retorno do mundo da infância.
(Roberto Merino, Novembro de 2016)
Matéi Visniec nasceu na Roménia em 1956. É dramaturgo, poeta e jornalista e vive actualmente em Paris, onde trabalha como jornalista na Rádio Internacional Francesa. Na Roménia todas as obras que escreveu foram recusadas pela censura. Visniec deixou a Roménia em 1987 e instalou-se em Paris, onde obteve o estatuto de refugiado político e em 1993 a nacionalidade Francesa. A sua fama a nível internacional começa em 1992 com o êxito da peça Les Chevaux a la fenêtre(Os Cavalos à Janela) em Lyon, e da peça Petit Boulot pour Vieux Clown (Velho Palhaço Precisa-se) no Bonner Biennale. Desde então, Visniec passa a ser posto em cena em vários teatros franceses e seguidamente em diversos países da Europa Ocidental e do Leste, Canadá, Brasil, etc. Após a queda do regime, Visniec foi redescoberto na Roménia e passou a ser um dos autores mais encenados, sendo várias vezes premiado. As suas obras encontram-se publicadas em várias línguas, nomeadamente a francesa e a inglesa. Em Portugal, nenhuma das suas obras foi ainda publicada.
Para informações e/ou reservas:
teatro@seivatrupe.pt
marta.tavares@seivatrupe.pt
912415260