Mesa-Redonda | Kantoriana. Assomar-se à memória – A propósito de uma exposição no Museu da Misericórdia do Porto
ESAP – 3º FRENTE 24 DE MARÇO – 16h00No âmbito das Comemorações do Dia Mundial do Teatro
Organização: Eduarda Neves (Escola Superior Artística do Porto)
Participantes: Fernando Bravo (Escultor), Jorge Palinhos (Dramaturgo – ESAP), Roberto Merino (Encenador - ESAP)
Moderação: Paula Aleixo (Diretora do Departamento de Atividades Culturais do Museu da Misericórdia do Porto)
FERNANDO BRAVO, Sabadell, Espanha, 1974, formou-se artisticamente em Barcelona e Cracóvia. Realizou exposições individuais e coletivas, em Espanha, Polónia e Andorra. A sua primeira exposição em Portugal realiza-se no Museu da Misericórdia do Porto, Março de 2017.
Os seus trabalhos mais importantes são os conjuntos escultóricos Soledad acompañada, El puente de las maletas, instalado em Barcelona, esculturas urbanas em Vic (Barcelona) e Gdańsk (Polónia), assim como a performance El naufragio de Europa (Fabra i Coats, Barcelona / Museu da Segunda Guerra Mundial, Gdańsk). Colaborou com a companhia teatral La Fura dels Baus realizando a cenografia do espectáculo Free Bach, atualmente a circular pela Europa, e com o festival de cinema Picurt (La Seu d'Urgell, Espanha).
A sua escultura tem um carácter marcadamente narrativo, apresentando conjuntos escultóricos que explicam um relato ou objetos individuais que estabelecem um diálogo com o contexto no qual se situam. A sua obra pública persegue esse objetivo e, como tal, afasta-se da escultura monumental, recusa a peanha, colocando as figuras em situação de igualdade face a quem as observa. Procura incluir a dimensão temporal na escultura e é neste âmbito que se encontra o trabalho Kantoriana. Assomar-se à memória, inspirado na dramaturgia de Tadeusz Kantor. Esta instalação foi originalmente apresentada em Vic (Barcelona) mas profundamente reinterpretada para a exposição no Porto. O ponto de partida do trabalho que nesta cidade se apresenta, remonta a 2009, durante a tradução que o artista realiza de polaco para espanhol de La clase muerta e Wielopole Wielopole, dois textos teatrais do autor polaco Tadeusz Kantor, pertencentes ao seu período conhecido como o Teatro da Morte. O mundo que revela Kantor, a sua obsessão pela ausência, pelo que resta “do outro lado”, pela eliminação do centro como espaço privilegiado, supõem um impacto significativo. Pouco a pouco vai surgindo a ideia de realizar uma segunda tradução, desta vez a uma linguagem plástica, do universo inesgotável de Tadeusz Kantor. Definitivamente, trata-se de colocar algumas das perguntas básicas do ser humano acerca da transcendência, da vida e da morte.
https://www.youtube.com/watch?v=H15ks_ej--I
PAULA ALEIXO. Licenciada em Engenharia Mecânica pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (1980 – 1985).
Curso de Formação de Agentes de Desenvolvimento promovido pela CCDRN (1987 – 1989).
Assessora dos Vereadores de Animação da Cidade, Cultura e Turismo da Câmara Municipal do Porto de 1990 a 1995. Directora Municipal da Cultura e Turismo da Câmara Municipal do Porto de 1995 a 2003. Vice-Presidente da Direção da Culturporto, Associação de Produção Cultural de 1997 a 2000.
Em 2003 inicia atividade de consultadoria no domínio da conceção e produção de iniciativas culturais e turísticas como sócia gerente da empresa Ideias Maiores.
Integrou em 2007 e 2008 o Grupo de Missão para preparação da Candidatura de Guimarães a Capital Europeia da Cultura 2012, como representante do Ministério da Cultura. Entre 2009 e 2010, representante do Ministério da Cultura no Conselho de Fundadores do Museu do Douro.
Desde 2014 é Diretora do Departamento de Atividades Culturais da Santa Casa da Misericórdia do Porto.
JORGE PALINHOS, tem escrito e trabalhado em teatro desde 2003. Várias das suas peças foram apresentadas e premiadas nacional e internacionalmente. É docente da ESAP e investigador do Centro de Estudos Arnaldo Araújo, sendo investigador responsável pelo projeto Arquiteturas Dramáticas. Tem também colaborado com as publicações Sinais de Cena, P3, Grande Porto e Porto24. Bolseiro de doutoramento da FCT (2012-15) estando a desenvolver uma tese sobre o Poder e a Ação no Drama contemporâneo.
ROBERTO MERINO, Chile.Estudos Universitários de Licenciatura em Matemáticas na Universidade de Concepción Chile/especialização em EstatísticasDESE em Animação Cultural de Escola pelo Instituto Piaget/Escola Superior de Educação de Almada. Professor do Ensino Superior desde 1972.Na Europa, desde 1974, trabalhou teatralmente com emigrantes na República Federal Alemã, encenando peças de Bertolt Brecht. Desde 1982 que leciona regularmente na Escola Superior Artística do Porto /ESAP sendo o Diretor do Curso Superior de Teatro da ESAP.Dramaturgo e Encenador Profissional encenou, entre outros autores, em mais de cem espetáculos, Ésquilo, Sófocles, Eurípides, Shakespeare, Beaumarchais, Garret, Bertolt Brecht, Gil Vicente, John Arden, Arrabal, Lope de Rueda, Cervantes, Moliére, Garcia Lorca, Ramón Sender, António José da Silva” O Judeu”, Ionesco, Goldoni, T. Weby, etc. Como docente tem lecionado sobretudo as unidades curriculares de Expressão Corporal, Interpretação, Encenação. Como encenador teatral foi Diretor Artístico do Teatro Experimental do Porto/TEP em três oportunidades, mais de 8 anos, tendo sido subsidiado pelos Serviços de Belas Artes da Fundação Calouste Gulbenkian.
Dirigiu o Teatro Experimental do Funchal e trabalhou para os Serviços Culturais da Câmara Municipal do Funchal durante cinco anos, tendo sido subsidiado pelos Serviços de Belas Artes da Fundação Calouste Gulbenkian. Mantêm uma atividade regular como encenador teatral com as companhias profissionais do Porto, Teatro Art´Imagem, Seiva Trupe, e com Grupos de Teatro Amador como o Grupo Musical e Dramático Flor de Infesta São Mamede Plebeus Avintenses, Grupos Universitários de Teatro (Teatro da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, Teatro da Faculdade de Direito da Universidade do Porto). É membro da Sociedade Portuguesa de Autores/SPA e da Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Porto.