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…e pensávamos que eram imortais

Mosteiro S. Bento da Vitória (Porto) 25, 26 e 27 de Julho | 21H, 19H e 21H (respectivamente)

“… e pensávamos  que eram  imortais,
Mas esse foi apenas o primeiro passo.

Nascer é tão fácil
como encontrar uma pedra, uma árvore, uma mosca.
E disseram-nos que eramos imortais.
Os que o disseram já morreram,
e foram esquecidos ”

 (O. Dragun)

 
…e pensávamos que eram imortais
Textos de Osvaldo Dragun

Dramaturgia e encenação - Roberto Merino

Produção - Leonor Guise

Figurinos - Ricardo Regalado

Direção de actores - Teresa Vieira

Desenho de Luz - Júlio Filipe

Direção Musical - Paulo Alexandre Jorge 

Músicos - Mafalda Fonseca, Ana Isabel Pereira, Inês Monteiro, João Reis, Afonso Bonito, Gilberto Teixeira, Aurora Mascarenhas, Vítor Gouveia

Interpretação dos alunos da Licenciatura em Teatro da Escola Superior Artística do Porto/ESAP: Ana Rita Almeida, Anita Alves, Catarina Dias, Catarina Alves, Leonor Guise, Ricardo Regalado, Sara Rocha,

Duração aproximada - 1 Hora

Classificação etária: Maiores de 12 anos

Agradecimentos ao TNSJ, Nuno Carinhas Diretor Artístico, Maria João Teixeira, Mónica Rocha, ElisabeteLeão,Emanuel Pina e a toda equipa técnica do TNSJ/ Mosteiro de São Bento da Vitoria, António Ribeiro (Tony Klauf)

Actores num espaço invadido…

A história da América latina é a longa história de uma invasão… Primeiro chegaram os espanhóis e os portugueses, logo a seguir os ingleses, franceses, holandeses e, mais tarde, os gringos norte-americanos… Habituamo-nos a esse destino de invasão… E quando os estrangeiros partiram, e ficamos convertidos em orgulhosas repúblicas latino-americanas, vieram os militares nacionais, que invadiram as nossas casas, as nossas universidades, as nossas fábricas, as nossas escolas e instituições … Allanaron (*) simplesmente as nossas vidas, as cidades, os nossos teatros… É neste cenário invadido que um grupo de atores encontra o original de Osvaldo Dragun e o representa, no meio de um cenário povoado de livros rasgados, de jornais incompletos, de almanaques e diários de vida, de fotografias de presos desaparecidos - são 20.000 na Argentina! -, todos eles evocando a perenidade leve destas personagens que julgávamos imortais…

(*)Allanamiento - Em espanhol, segundo o Direito Processual Penal, designa a entrada num domicílio com fins de investigação. Excecionalmente, em casos urgentes, permite-se à polícia o allanamiento sem a respetiva ordem judicial… Durante as ditaduras militares latino-americanas, os allanamientos eram o pão nosso de cada dia…

Osvaldo Dragún (1929/ 1999 ) - Dramaturgo argentino, um dos promotores do Teatro Abierto (movimento cultural nascido em 1981, contra a ditadura militar argentina autoproclamada como "Proceso de Reorganización Nacional": 1976-1983). Escritor de influências brechtianas, o seu teatro caracteriza-se por colocar no palco personagens comuns da rua, perdidos na grande cidade de Buenos Aires, vítimas de injustiça, solidão e exploração. Tomando como base a sua peça mais conhecida “Historias para serem contadas”, o exercício dos alunos finalistas do Curso Superior de Teatro da ESAP sobe novamente ao espaço da Sala do Tribunal do Mosteiro de São Bento da Vitoria, quase num ato de justiça para aquelas personagens que todos pensavam que eram imortais.